4.9.12
RECURSOS MINEIROS, recursos de Portugal
(pirite)
«
...De certeza que é um “CÃO GRANDE...”» foi esta a frase que
um mineiro me dizia ter ouvido da sua companheira quando lhe disse que na
Almina se estavam a preparar para receber gente importante, pois as
“limpezas” eram fora do vulgar.
Foi
na passada sexta-feira em Aljustrel, cerca das 11 da manhã, quando
passava à frente do portão principal da Almina (Pirites
Alentejanas), deparamo-nos com um enorme corpo de soldados da Guarda
Nacional Republicana – (GNR), incomparavelmente maior que o total
dos efectivos do Posto da GNR da Aljustrel, assim como de um grande
número de trabalhadores de uma empresa de segurança.
Ante
tal aparato pensei tratar-se do Presidente da República ou até
mesmo do Presidente da Comissão Europeia mas, em Aljustrel, só se
sabia que, na véspera, lá tinham andado umas “almas” a rondar
procurando “cheirar” movimentações dos trabalhadores ou da
população.
Conseguiram
o objectivo, apanharam os Aljustrelenses desprevenidos não lhes
dando assim oportunidade de manifestar as suas opiniões ao membro do
governo que àquela localidade se deslocou.
Às
13 horas a surpresa surge em jeito de notícia televisiva, o ministro
Álvaro Santos Pereira era entrevistado à porta da Almina onde dizem ter ido
anunciar que o Governo tinha aprovado, na véspera, o plano
estratégico para o sector mineiro, e
que o governo iria renegociar os contratos que não tenham royaltis
(direitos de exploração) e,
sobre isto, para além das costumeiras generalidades pouco mais
disse.
Não
resisti à curiosidade, isto porque não é vulgar o governo ter
planos estratégicos para nada a não ser para lixar o povo, e dei
comigo fazendo pesquisa em tudo o que é jornal, em tudo o que é Web
page com o objectivo de ver o que esse dito plano tem de
tão importante, para levar o homem que gere a economia deste país ir, em tamanho silêncio, a
Aljustrel.
Pois
é, a montanha pariu um rato, como seria espectável em sítio algum
se encontra o tal plano e assim ficámos a saber o mesmo.
Mas
a experiência diz-nos que por detrás destas “grandes”
iniciativas governamentais está o favorecimento do grande capital e
detrimento do interesse nacional nos recursos que nos pertencem.
Lembro
que há vários anos, o Partido Comunista Português aguarda resposta
governamental (de vários executivos) à pergunta - em que condições
e por quanto foi feita a cedência e o contrato de exploração
das minas de Aljustrel.
Lembro
que as minas de Neves Corvo foram entregues a uma empresa canadiana
em condições muito desfavoráveis para o país e sabemos como mau
negócio é a exploração da Panasqueira, etc...
O
simples facto de se abrirem novas explorações de minério em
Portugal, só por si, não é um valor, com este tipo de
“negociantes”, o mais certo é ser um grande prejuizo. e uma vez
desconhecidos os termos dos negócios como podemos ajuizar.
Porque
escondem estas “negociatas” e, sempre que querem “roubar”
mais alguma coisa, vêm com o argumento do número de postos de
trabalho criados?
27.8.12
Marcha Contra o Desemprego
Agora
que o período de férias está a chegar ao fim estão aí, de novo,
muitas e enérgicas lutas contra estas politicas do governo PSD/CDS,
na resistência à ofensiva contra os direitos de quem trabalho,
contra o povo e o país.
De
entre tantas outras muito importantes, hoje quero dar enfoque à
Marcha Contra o
Desemprego
que a CGTP convocou o seu início para 5 de Outubro a partir de Braga
e Faro e que percorrerá muitas capitais de distrito para confluir em
Lisboa no dia 13 do mesmo mês.
O
MTD – Movimento dos Trabalhadores Desempregados, no dia 2 de
Agosto, em nota à comunicação social, dava a informação de um
encontro, ao mais alto nível, com a CGTP, onde manifestaram a sua
adesão e disponibilidade de envolvimento na mobilização e
participação nesta iniciativa.
Os
números do desemprego, um milhão e trezentos mil, são um alarmante
dado adquirido e o crescente número de famílias sem qualquer apoio
social é demonstrativo que este governo e esta política não
servem.
Quando
não se vislumbram medidas invertam este desastre social, o governo
anuncia estar na disposição de obrigar as pessoas com “rendimento
mínimo” a prestarem trabalho gratuito.
Quando
é sabido haver cada vez menos postos de trabalho o governo impõe
aos desempregados a “procura activa” de emprego.
Quando
a mobilidade se torna mais cara e difícil, o governo impõe aos
desempregados a apresentação quinzenal.
Quando
tudo se torna mais difícil para os trabalhadores no activo ou não,
o governo faz aprovar um código de trabalho que embaratece ainda
mais o trabalho e facilita os despedimentos.
Razões
para participar nas lutas e, em particular, na Marcha Contra o
Desemprego não faltam, todos temos a ver com isto, o desemprego não
é só um problema dos desempregados ele é acima de tudo um
problema da democracia, um problema de todos os trabalhadores, um
problema dos portugueses.
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