Decorreu
entre 26 e 27 de Março, uma greve nacional do sector da Vigilância
Privada, promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores das Actividades
Diversas – STAD, antigo sindicato dos contínuos e porteiros
(fundado em 1941), agora mais vocacionado para os trabalhadores dos
serviços de portaria, vigilância, limpeza e domésticas.
Se
no momento actual é o sector das limpezas o que mais trabalhadores
tem, o sector da vigilância privada secunda-o mas, pela
especificidade e enquadramento jurídico do exercício profissional,
é o mais “delicado” no que concerne à abordagem sindical na
defesa dos direitos e interesses destes trabalhadores.
Já
se pode afirmar que a adesão à greve foi um estrondoso êxito,
mesmo sabendo que a dinamização da mesma, mormente alguns meios
destacados para o efeito, esteve longe da exigência que tal luta
merecia, pela sua razão e número de trabalhadores envolvidos.
É
verdade que nunca é tarde para “abrir os olhos”, que nunca é
tarde para lutar, mas o processo que este sindicato conduziu,
deve ser estudado.
Sou
dos que me solidarizo com a luta dos trabalhadores deste sector na
defesa dos seus direitos contra o roubo que o patronato quer fazer, a
coberto da Legislação laboral destas “maiorias” PSD/CDS/PS e a
cúmplice e traiçoeira conivência da UGT, mas também sei, por
muitas e repetidas experiências, que estes processos devem ter o
envolvimento, o esclarecimento e a mobilização dos trabalhadores,
desde o seu início.
A
direcção deste sindicato (*) usa e abusa da afirmação de que é
defensora do “sindicalismo do diálogo” (formato UGT
digo eu...) em alternativa ao sindicalismo de classe
preconizado pelos sindicatos da CGTP (ironia do destino,
é na CGTP que este sindicato é filiado) daí o resultado.
Andaram a “dormir” ou a “dialogar” como dizem e agora, em fim
de “linha”, para co-responsabilizar os trabalhadores de um
possível “desastre” (esperemos que não).
É
tempo de o sindicato ser devolvido aos trabalhadores para a
concretização de um sindicalismo de classe que assegure uma
efectiva, continuada e envolvente luta em defesa dos interesses de
classe.
(*) O presidente da assembleia geral e coordenador (?!) deste sindicato é coordenador da "corrente sindical socialista na CGTP"
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