27.3.15

"A César o que é de César"


Decorreu entre 26 e 27 de Março, uma greve nacional do sector da Vigilância Privada, promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores das Actividades Diversas – STAD, antigo sindicato dos contínuos e porteiros (fundado em 1941), agora mais vocacionado para os trabalhadores dos serviços de portaria, vigilância, limpeza e domésticas.

Se no momento actual é o sector das limpezas o que mais trabalhadores tem, o sector da vigilância privada secunda-o mas, pela especificidade e enquadramento jurídico do exercício profissional, é o mais “delicado” no que concerne à abordagem sindical na defesa dos direitos e interesses destes trabalhadores.

Já se pode afirmar que a adesão à greve foi um estrondoso êxito, mesmo sabendo que a dinamização da mesma, mormente alguns meios destacados para o efeito, esteve longe da exigência que tal luta merecia, pela sua razão e número de trabalhadores envolvidos.

É verdade que nunca é tarde para “abrir os olhos”, que nunca é tarde para lutar, mas o processo que este sindicato conduziu, deve ser estudado.

Sou dos que me solidarizo com a luta dos trabalhadores deste sector na defesa dos seus direitos contra o roubo que o patronato quer fazer, a coberto da Legislação laboral destas “maiorias” PSD/CDS/PS e a cúmplice e traiçoeira conivência da UGT, mas também sei, por muitas e repetidas experiências, que estes processos devem ter o envolvimento, o esclarecimento e a mobilização dos trabalhadores, desde o seu início.

A direcção deste sindicato (*) usa e abusa da afirmação de que é defensora do “sindicalismo do diálogo” (formato UGT digo eu...) em alternativa ao sindicalismo de classe preconizado pelos sindicatos da CGTP (ironia do destino, é na CGTP que este sindicato é filiado) daí o resultado. Andaram a “dormir” ou a “dialogar” como dizem e agora, em fim de “linha”, para co-responsabilizar os trabalhadores de um possível “desastre” (esperemos que não).

É tempo de o sindicato ser devolvido aos trabalhadores para a concretização de um sindicalismo de classe que assegure uma efectiva, continuada e envolvente luta em defesa dos interesses de classe. 

(*) O presidente da assembleia geral  e coordenador (?!) deste sindicato é coordenador da "corrente sindical socialista na CGTP"  

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