Mulher
De vida, tão dura.
Que olhas o mundo com tanta ternura,
mesmo quando cheia de tanto cansaço
do trabalho feito em horas, a eito,
com filhos que choram, pedindo atenção,
que tu adormeces com uma canção,
que não te apetece mas tens que cantar.
E cantar... baixinho,
com forças perdidas por tanta jornada,
sem que dela venhas a ser compensada
e até te condenem sem culpa formada.
Mas tu lhes dirás: sou mãe.
Sou amante.
Sou mulher inteira.
Sou trabalhadora.
Sou mulher que luta.
Sou emancipada!
Helena Chainho
/8. Marco. 2004